Um dos
barulhos considerados mais irritantes para os seres humanos é o choro dos
bebês. Não só por ser um ruído alto e agudo, mas porque angustia quem está por
perto, principalmente os pais, que se sentem impotentes, incompetentes e
desestimulados quando ele não se acalma.
Para lidar bem com essa fase, é
preciso, primeiro, entender alguns aspectos sobre o choro dos bebês. Segundo a
Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância:
- o choro é o principal recurso
de comunicação de bebês menores de três meses;
- por meio do choro, os bebês
expressam dor, fome, raiva e tédio, mas às vezes choram sem nenhuma razão em
particular;
- mesmo bebês saudáveis que são
muito bem cuidados choram muito;
- nos três primeiros meses de
vida, cerca de 25% dos bebês choram mais de três horas e meia por dia;
- por volta dos 3 meses de idade,
os bebês começam a chorar menos. Começam a balbuciar e movem-se com mais
facilidade, e são capazes de expressar-se de outras maneiras além do choro.
Todos os bebês passam por fases
em que o choro é excessivo, inesperado e inconsolável, mas aqueles que
vivenciam muito essa experiência (cerca de 10% a 20%) são chamados, às vezes,
de bebês com cólicas. O sinal mais comum de que um bebê pode estar com cólicas
é o choro por mais de três horas ao dia, pelo menos três dias por semana, e por
três semanas seguidas. Há cinco características específicas do choro excessivo
normal, ou cólica infantil:
- o choro é frequentemente inesperado, imprevisível e
inconsolável (não se relaciona a
fome ou fraldas molhadas);
- começa frequentemente ao final da tarde ou começo da
noite;
- pode durar entre 35-40 minutos, ou até duas horas;
- aumenta com a passagem do tempo. É mais intenso quando o
bebê tem cerca de 2 meses e depois decresce até aproximadamente os 5 meses de
idade;
- o bebê parece estar sofrendo.
O choro
excessivo, que continua após o período de cólicas (após o quarto ou o quinto
mês) está frequentemente associado a temperamento difícil (bebê agitado,
difícil de acalmar). Essas características podem fazer com que os pais se
sintam impotentes, desestimulados ou incompetentes. Podem criar problemas para
a relação pais-filhos, porque os pais podem envolver-se menos e oferecer menos
suporte (consolo) para o bebê.
- Quando o bebê começar a chorar,
responda rápida e calmamente à necessidade que o bebê está expressando. Procure
descobrir as razões por trás do choro (como fome, desconforto físico, frio,
fralda molhada, medo).
- Se o choro não tiver nenhum
motivo aparente, coloque o bebê no colo, perto de seu corpo sempre que possível
e observe se o choro diminui.
- Se o choro continuar, com sons
anormais, muito agudos, que irritam os ouvidos, principalmente quando muito
frequentes e ainda estiverem ocorrendo após os 5 meses de idade, tente
confortar o bebê, mesmo que seja difícil suportar (acaricie o bebê, tome-o nos
braços, fale docemente).
- Se você sentir frustração ao
tentar responder às necessidades do bebê quando ele não para de chorar,
afaste-se e acalme-se antes de voltar para perto dele.
- Caso não consiga acalmar-se,
peça a outra pessoa para assumir os cuidados.
O Centro de
Excelência para o Desenvolvimento na Primeira Infância identifica e sintetiza a
melhor produção científica sobre desenvolvimento social e emocional de crianças
pequenas. Divulga esses conhecimentos para públicos variados, em formatos e
linguagens adaptados às suas necessidades na Enciclopédia sobre o
Desenvolvimento na Primeira Infância.
**Produção:
Agência Brasil
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